Série 1960 da CP
Série 1960 | |
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Locomotiva n.º 1970, parqueada em Vila Nova de Gaia, em 2009. | |
Descrição | |
Propulsão | Diesel-eléctrica |
Fabricante | Bombardier |
Locomotivas fabricadas | 13[1] |
Características | |
Bitola | 1668 mm |
Performance | |
Velocidade máxima | 120 km/h |
Operação | |
Local de operação | Portugal |
Ano da entrada em serviço | 1979 |
Situação | Parcialmente activas |
A Série 1960 (1961-1973), igualmente conhecida como Bombardeiras, em alusão à sua origem, é um tipo de locomotiva, introduzida pela empresa Caminhos de Ferro Portugueses em 1979[2].
História
Esta série foi encomendada pela operadora Caminhos de Ferro Portugueses à firma canadiana Bombardier - Montreal Locomotive Works, por um preço global, incluindo peças sobressalentes, de 12.134.879 dólares canadienses.[3] A encomenda original era de 43 unidades, sendo as primeiras treze fabricadas pela própria Bombardier, enquanto que as trinta locomotivas restantes seriam fabricadas em Portugal, pelo conglomerado Sociedades Reunidas de Fabricações Metálicas, em cooperação com a Alsthom.[3] No entanto, só as primeiras treze locomotivas foram fornecidas, tendo sido fabricadas em 1979,[2] e entrado ao serviço no primeiro semestre do mesmo ano.[4][5] Após a sua introdução, passaram a ser as locomotivas mais potentes da frota dos Caminhos de Ferro Portugueses, destronando a Série 1800.[6]
Descrição
Esta série era composta por treze locomotivas de linha,[4][3] do tipo MXS 627 da Bombardier,[7] com a numeração de 1961 a 1973.[4][5] Foram as mais compridas locomotivas ao serviço da CP.[4] Podem atingir uma velocidade máxima de 120 km/h.[4][5][2] Estão equipadas com engates automáticos centrais, de forma a poderem rebocar os comboios de combustível a partir do Porto de Sines.[3] Os rodados são de bitola ibérica,[5] apresentando uma disposição Co' Co'.[4] As rodas, quando novas, têm um diâmetro de 1016 mm.[5] O esforço de tracção, no arranque, é de 45000 kg ou 450 kN.[4] O peso em ordem de marcha é de 121 T.[5] Cada locomotiva possui seis motores de tracção, do tipo CGE-785 PA 1, de corrente contínua, fabricados pela General Electric.[5] Também existia um motor a gasóleo em cada veículo, do tipo 251 E, fabricado pela American Locomotive Company.[5]
Cada unidade conta com um alternador principal, do tipo GTA - 17 PC 1, fabricado pela General Electric.[5] A transmissão é eléctrica.[5] Podem fornecer energia para os equipamentos de ar condicionado nas carruagens.[3]
Manutenção e serviços operacionais
Na altura da sua entrada em serviço, estava previsto que iriam rebocar os comboios internacionais na Linha da Beira Alta, e que poderiam ser utilizadas em comboios-bloco nas linhas férreas preparadas para um peso de vinte toneladas por eixo.[3]
Apesar da sua manutenção ter sido realizada nas instalações do Grupo Oficinal do Barreiro, a sua área de operação cingiu-se, principalmente, às regiões centro e Norte do país.[8] Por exemplo, assegurou os serviços de mercadorias ao longo da Linha do Oeste até Lisboa, uma composição internacional até à Pampilhosa, com vagões da operadora Red Nacional de Ferrocarriles Españoles, e o transporte de automóveis de Setúbal para Vilar Formoso.[8] Em termos de transporte de passageiros, assegurou, entre outras ligações, os serviços Regionais entre Vilar Formoso e Guarda.[8] Na Linha da Beira Alta, substituíram as locomotivas da Série 1800.[6]
Em 2017, já só restavam, já ao serviço da Medway, as locomotiva nº 1962, 1963, 1964 e 1973 no ativo, tracionando diversos comboios de mercadorias tanto na Linha do Oeste como na Linha do Norte. Em dezembro de 2021, a n.º 1963 encostou definitivamente, após ter esgotado o seu potencial quilométrico. Anteriormente, a n.º 1973 tinha sido encostada por acidente.
Em setembro de 2022 a nº 1962 foi encostada após ter esgotado o potencial quilométrico.[carece de fontes?]
Atualmente, encontra-se uma locomotiva no ativo, sendo ela a n.º 1964.[9]
Modelismo
Em 2004, um modelo de uma locomotiva desta série, fabricado pela empresa Norbrass, foi considerada pela revista especializada alemã Eisenbahn Magazin como um dos dez melhores modelos desse ano.[7]
Ficha técnica
- Ano de entrada ao serviço: 1979[4][5]
- Fim do serviço: 2012[4]
- Número de unidades construídas: 13 (1961-1973)[4][5]
- Velocidade Máxima: 120 km/h[5]
- Fabricante: Bombardier[4][5]
- Bitola de Via: 1668 milímetros[5]
- Disposição dos Rodados: Co' Co'[4]
- Transmissão (tipo): Eléctrica[5]
- Tipo da locomotiva (construtor): MXS-627[5]
- Diâmetro das rodas (novas): 1016 mm[5]
- Potência nominal (rodas): 1655 / 1435 kW[5]
- Motores de tracção:
- Numero: 6[5]
- Fabricante: General Electric[5]
- Tipo de corrente: Contínua[5]
- Tipo: CGE-785 PA 1[5]
- Motor diesel:
- Combustível: Gasóleo (diesel)[4]
- Numero: 1[5]
- Fabricante: American Locomotive Company[5]
- Tipo: 251 E[5]
- Alternador principal:
- Número: 1[5]
- Fabricante: General Electric[5]
- Tipo: GTA - 17 PC 1[5]
- Esforço de tracção:
- No arranque: 45000 kg / 450 kN[4]
- Pesos (total) (T):
- Peso em ordem de marcha: 121,0[5]
Lista de material
: | qt. | estado |
---|---|---|
710⏩︎ | 1 | vendida, em Portugal |
810⛛︎ | 11 | abatidas |
880✖︎ | 1 | demolida |
13 | (total) |
№ | : | a | observações[1][9] |
---|---|---|---|
1961 | 880✖︎ | 1985 | Demolida na sequência do acidente de Alcafache. |
1962 | 810⛛︎ | [quando?]2022.09 | Vendida à Medway. Encostada no Entroncamento |
1963 | 810⛛︎ | 2021.12 | Vendida à Medway.[quando?] Encostada no Entroncamento. |
1964 | 710⏩︎ | [quando?] | Vendida à Medway. |
1965 | 810⛛︎ | [quando?] | Encostada em Contumil. |
1966 | 810⛛︎ | [quando?] | Encostada em Contumil. |
1967 | 810⛛︎ | [quando?] | Encostada em Contumil. |
1968 | 810⛛︎ | [quando?] | Encostada em Contumil. |
1969 | 810⛛︎ | [quando?] | Encostada em Contumil. |
1970 | 810⛛︎ | [quando?] | Encostada em Contumil. |
1971 | 810⛛︎ | [quando?] | Encostada em Contumil; danificada. |
1972 | 810⛛︎ | [quando?] | Encostada em Contumil. |
1973 | 810⛛︎ | [quando?] | Vendida à Medway.[quando?] Encostada no Entroncamento após acidente. |
Ver também
Referências
- ↑ a b «Inventário Portugal Ferroviário: 1960 da CP». inventario.portugalferroviario.net. Consultado em 13 de janeiro de 2022
- ↑ a b c SILVA e RIBEIRO, 2007:38
- ↑ a b c d e f «Cronicas: Nuevas Locomotoras M. L. W. para los Ferrocarriles Portugueses». Via Libre (em espanhol). Ano 16 (184). Madrid: Gabinete de Información y Relaciones Externas de RENFE. Maio de 1979. p. 16
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n «CP withdrawn classes» (em inglês). Railfaneurope. 8 de Junho de 2012. Consultado em 26 de Junho de 2012
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac ad «Locomotivas Diesel Série: 1960 (1961-1973)». Comboios de Portugal. Consultado em 15 de Abril de 2012
- ↑ a b CONCEIÇÃO, A. Marcos (2001). «Caminhos de Ferro Portugueses: Cambios en la Tracción». Maquetren (em espanhol). Ano 10 (100). Madrid: Revistas Profesionales. p. 75
- ↑ a b GUILLÉN, José Menchero (Novembro de 2005). «Proyectos de la marca portuguesa Norbrass». Via Libre (em espanhol). Ano 42 (491). Madrid: Fundación de los Ferrocarriles Españoles. p. 83. ISSN 1134-1416
- ↑ a b c «Beira alta, Beira baja y los Ramales de Cáceres y Badajoz (I)». Maquetren (em espanhol). Ano 3 (26). Madrid: A. G. B., s. l. 1994. p. 45-46
- ↑ a b «Inventário Portugal Ferroviário: 1960 da Medway». inventario.portugalferroviario.net. Consultado em 12 de janeiro de 2022
Bibliografia
- SILVA, José Ribeiro da; Ribeiro, Manuel (2007). Os Comboios em Portugal. III 1.ª ed. Lisboa: Terramar - Editores, Distribuidores e Livreiros, Lda. 203 páginas. ISBN 978-972-710-408-6 A referência emprega parâmetros obsoletos
|coautor=
(ajuda)
Ligações externas
- «Página sobre a Série 1960, no sítio electrónico Trainspo» (em inglês)
- «Página com fotografias da Série 1960, no sítio electrónico Railfaneurope» (em inglês)
- «Página sobre a Série 1960, no sítio electrónico Trainlogistic»
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Tipologia ↓ | diesel / gasolina / gasogénio | vapor: carvão / óleo | elétrica: IP: 25 kV / 50 kHz ou (*) 1500 V; outras redes q.v. | ← Tracção | ||||||||
Estado → | em serviço | fora de serviço (ou uso ocasional) | em serviço | Bitola ↓ | ||||||||
Rede IP (Notas: A itálico, séries com uso partilhado entre a C.P. e outras empresas, simult. ou não; a itálico sublinhado, séries usadas exclusivamente por outra empresa.) | ||||||||||||
automotoras | “592” | remodelados | M1 0050 0100 0500 0750 0600 0650 | 1001 Z1 | 2000 2050 2080 ABm1-18→ | remodelados | 2300 2400 3400 3500 4000 | 1668 mm (ibérica) | ||||
VIP⎱ 0350⎰ 0450← | ←0300 ←0400 | 2100⎫ 2150⎬ 2200⎭ ⎰*3100→ ⎱*3200→ | →2240 →3150* →3250* | |||||||||
9630 | 9500← | ←9700─╮ 9400←╯ | ME1 ME21 9050 9100 9300 9600 | (Vale do Lima) | (não existe atualmente tração elétrica na rede ferroviária métrica da IP) | 1000 mm (métrica) | ||||||
locomotivas | 9000 9020 Lydya |
| ||||||||||
1200 1400 1500 1520 1900 1930 6000 | 1300 1320 1550 1800 1960 |
| 2500 2550 3300* | 2600 2620 4700 5600 | 1668 mm (ibérica) | |||||||
locotratoras | 1150 | 1000 1020 1050 1100 | 005 | |||||||||
Redes locais (excl. sistemas de frota fixa específica, como funiculares e teleféricos) | ||||||||||||
bondes |
| STCP200 STCP270 STCP280 | 1435 mm (padrão) | |||||||||
automotoras | ML7 ML79 | ML90 ML95 ML97 ML99 ML20 ML24 | ||||||||||
LRVs, articulados | MP000 MP100 MP200 C000 | |||||||||||
CCFL501 CCFL601 | 900 mm | |||||||||||
bondes | TUB1 |
| CCFL001 CCFL003 CCFL005 CCFL541 CCFL701 CCFL737 | |||||||||
(PdV-VdC) | (CCFTNA) (CFPLER) | SMTUC01 SMTUC03 SMTUC16 | (CSA) | 1000 mm (métrica) | ||||||||
locomotivas | CSA 23074 | (Pomarão) | ||||||||||
(Transpraia) (P.d’El-Rei) | (Mira) (CFPL) | 600 mm | ||||||||||
(JAPH) N0(JAPPD) | 2140 mm | |||||||||||
Estado → | em serviço | fora de serviço | em serviço | Bitola ↑ | ||||||||
Tipologia ↑ | diesel / gasolina / gasogénio | vapor: carvão / óleo | elétrica | ← Tracção | ||||||||
Ver também: Linhas • Serviços • Empresas • Multimédia • Acidentes |
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